sexta-feira, novembro 09, 2012


   Essa merda de cigarro tem sempre o mesmo sabor.  Amanhã quando eu for comprar mudarei de merda, digo, de marca. Sempre é bom mudar um pouco, não? Para melhor, de preferência. De que adiantaria ser de esquerda e mudar para a direita? E de que adiantaria o contrário? Adiantaria? Não sei. Assim como também não sei se mudar a marca do meu cigarro adiantará alguma coisa, mas eu costumo sempre esperar o melhor de tudo.
                E é desse “sempre espero o melhor de tudo” que eu, geralmente, acabo me ferrando. Eu esperava o melhor daquela guria. Tu sabes de quem eu estou falando? Tudo bem, falo sobre ela outra hora, tenho coisas mais importantes a tratar no momento. Onde eu estava? Ah, sim, eu esperava o melhor dela, e fiz, se não o impossível, o possível para que tudo desse certo. Não deu. Como acontece com quase todo o ser humano, fui trocado por um atleta. Daquele tipo forte, que corre luta joga futebol basquete e o diabo a quatro. Fiquei triste. Realmente triste. Triste o suficiente para comer a irmã dela na outra semana. E não por vingança, por tesão, mesmo.
                Não tenho índole vingativa, e também não tenho inimigos. Eu espero que não, pelo menos. Bom, não há ninguém que eu realmente não goste, afinal todos cometem erros, e eu aprendi que perdoar é sempre uma opção. Será que eu devo perdoá-la por ter me trocada por um atleta? Tudo bem. Eu espero que, ao menos, ele consiga soletrar o nome dela. Voltando ao tema em questão, eu nunca fui desses que leva algo para o lado vingativo. Já levei, não nego, mas não ganhei nada com isso. Aprendi, também, que tratando educadamente quem faz o contrário comigo, me divertirei muito mais. Já notaste que a pessoa sempre se enrola nas palavras ao ser indagado sobre algo a qual não tem argumentos? E quando não se enrola, recomeça a falar tudo de novo, como num ciclo vicioso? Tenho medo dessas pessoas, pois elas tentam te fazer sentir-se errado de toda e qualquer maneira possível, mesmo tu estando certo.
                Eu estou precisando de um bom café e uma boa companhia. Preparo até algo para comermos, mas não garanto que fique bom. Nunca fui um bom cozinheiro, e, sinceramente, nunca me prestei a tentar ser. Assim como nunca me prestei a ser um bom filho ou um bom escritor. Eu apenas segui o fluxo e deixei o tempo mostrar como tudo deveria ser. Falando nesse desgraçado, ele deveria levar umas bochas, pois é sempre quem traz e sempre quem leva. Não há meio termo para o tempo. Talvez por culpa dele eu tenha desistido uma vez da faculdade de jornalismo, tendo que retomá-la pouco tempo depois. Pensei que tinha apenas de esperar o tempo trazer, quando na verdade eu tinha que ir buscar. Esse filho da puta só serve para trazer-nos cabelos brancos e preocupações.
                E o amor? Onde está? Alguém virá dizer: “Calma. O tempo trás”. E tu esperas, esperas, esperas e esperas, acaba vindo uma vaca que te troca por um animal de um metro e noventa de altura e do tamanho de um ogro. Me desculpe, mas eu ainda não engoli essa história. O que eu estou tentando dizer é que se tu esperares pelo tempo, ele trará o que pensa ser melhor para ti, e não o que tu pensas ser. O que eu estou esperando? Não sei. E o que tu estás esperando? Vai atrás de quem tu amas. Se ela não souber, ficará sabendo. E se já souber, tu mostrará o quão sincero é o que sentes. Faz isso. Tenta, pelo menos. Ora bolas, eu estou dando uma de psicólogo para alguém que mal conheço. Eu.
                Escrever sobre amor é um saco, bom mesmo é vivê-lo. O que me deixa triste é saber que há pessoas que não fazem nem um nem outro.

quinta-feira, outubro 25, 2012

Que tal deitar um pouco?
Eu sei que é meio dia
Finja que é meia noite.

Fica mais um pouco
Eu sei que hoje é quarta
Mas finja que é sábado.

Finja que eu sou quem tu sempre procuraste
Que eu finjo acreditar
Eu finjo cozinhar bem
E tu fingirá gostar.

Pisciano, vegetariano, pseudo-compositor e beatlemaníaco.

frases musicadas, solfejos e semitons.